Greve
INTRODUÇÃO
Uma genealogia da greve nos fornecerá dados para uma maior precisão do que está acontecendo no mundo do trabalho e nos sindicatos, permitindo através da história analisar e compreender o período crítico que vive e, evidenciar de forma clara e distinta os desafios que temos pela frente. Consideramos que um estudo embrionário serve como base a qualquer estudo de caso que se queira realizar posteriormente.Este trabalho visa ser uma propedêutica a um estudo aprofundado.
A atual Constituição Federal (1988), no Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo II: Dos direitos Sociais contemplou o direito de não-trabalhar, ou seja, de greve, conforme estabelece seu art.9º *, dando-lhe o status de direito fundamental.
Temática interessante, pois este exercício de direito foi se transfigurando ao longo da história de acordo com as conjunturas que são intrínsecas a uma sociedade e também à questões culturais de cada País. No início a greve chegou a ser considerada crime, posteriormente abuso de direito e, atualmente, exercício regular de um direito reconhecido a trabalhadores e patrões. É o caso do Brasil, mas para tal conquista, muitas lutas foram travadas nos mais distintos campos (jurídico, social, econômico,...), como veremos nesse trabalho. Mas será que todos entendem o real significado e por quais motivos uma greve pode e é deflagrada? Por isso consideramos apropriada a elaboração desse estudo acerca da greve, uma vez que independente do sindicato ou da classe econômica ou trabalhadora em que possamos nos enquadrar, sendo ela pública ou privada, o certo é que direta ou indiretamente sofremos conseqüências. E sendo ela considerada lícita, ilícita, ou ainda abusiva; com ou sem participação do sindicato ou da população; todos opinam sem quaisquer conhecimentos aprofundados seja no âmbito jurídico ou sociológico, aqui reside outra justificativa desse trabalho.
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* É assegurado o direito de greve competindo aos trabalhadores decidir sobre a