Greve, polícia militar e sociedade
Altair Ramos
A greve da força policial na Bahia é uma opção danosa para a sociedade, coloca em risco o patrimônio público e privado, põe em risco as pessoas que por algum motivo, se reconhecem como pessoas comuns, embora a minha percepção não consiga vislumbrar quem seja comum ou incomum, possa ser que exista alguma explicação freudiana ou kafkaniana sobre o assunto.
Mas isto não importa, as pessoas não estão muito incomodadas com a questão salarial da PM, estão incomodadas com a quebra das suas rotinas, algumas sentindo falta do ar frio e bacteriano dos escritórios, dos engarrafamentos e do pão abaixo do peso na padaria da esquina. O direito particular de ir e vir esta sendo conspurcado devido falta de “consciência” de uma categoria “essencial’ ao controle da ordem social, que reivindica melhores condições de trabalho e vida.
A impressão que se tem, é que antes deste movimento grevista ocorrer, não existiam barbaridades e violências domésticas ou urbanas, com crimes hediondos e atrozes, tudo começou com a deflagração da paralisação. Tais fatos, demonstram a cada cidadão a importância das forças de segurança pública. Com elas é ruim, sem elas é pior. Então cada qual deve desgarrar-se dos seus interesses momentaneamente, passando a apoiar o movimento para que tudo seja reestabelecido e as rotinas retornem ao tradicional.
Qualquer greve pode ser considerada crime, de acordo com ponto de vista jurídico e princípios legais, sem que esqueçamos, os interesses do estado. Ao mesmo tempo, os salários podem ser legais, por estarem determinados e registrados em algum papiro com a chancela do estado, mas será sempre imoral, quando não atende necessidades básicas e interesses do trabalhador, inclusive o policial, sendo este, o ponto de vista humano e social.
Direitos de cada um e direitos humanos resguardados ou não, e desconsiderando a desigualdade das forças, quando ocorre uma mobilização de estudantes, estes