Educação e afeto
Vol. 2 n. 6 - jul./set./2004 ISSN 1807-2836
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EDUCAÇÃO E AFETO Uma ligação necessária
Denise Berenice Behenck Ernani J. Schneider Curso de Especialização em Psicopedagogia Resumo Este artigo trata da importância da afetividade familiar no processo ensino-aprendizagem. Apesar dos sentimentos de amor e afeição, em especial nos primeiros anos de vida parecerem insignificantes para a grande maioria dos pais, são sentimentos importantes que influenciarão o sucesso escolar da criança. São eles, os pais, os maiores responsáveis pela preparação emocional do filho. Com a agitação da vida moderna, é comum esta necessidade ser ignorada. Com isso, grandes prejuízos são causados na inteligência emocional da criança que, ao chegar na idade escolar, sentirá graves reflexos em sua aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO No mundo capitalista e individualista em que vivemos, onde pais precisam se dedicar intensamente ao trabalho, a instituição familiar virou algo sem importância. A preocupação maior está focada nas grandes guerras, nas violências urbanas, na realidade econômica; o interesse maior está no avanço da tecnologia, no acúmulo de riquezas ou, então, na sobrevivência. Esta é a realidade do mundo que está sufocando pais, levando-os, em sua maioria, à ausência familiar. Para essa instituição, não se encontra mais tempo e paciência para o amor e afeto. O erro de muitos pais é pensar que boa escola, boa moradia, conforto e dinheiro sejam tudo para garantir ao filho a chave das soluções para seus problemas. Os pais, além de se preocuparem com o progresso físico e intelectual dos filhos, devem dar a mesma atenção à saúde emocional. A educação das emoções não é menos importante do que a do corpo e mente, sendo, porém, muito mais complexa. É comum ouvir de pais o seguinte desabafo: “Já não sei mais o que eu faço com o meu filho: não tem jeito de aprender. Já mudei de escola três vezes, foi feito exame neurológico, não apresentou