O nome grelina origina-se da palavra ghre, que é correspondente, em inglês, à palavra grow, que significa crescimento. Ghre (grow hormone release) descreve uma das principais funções desse peptídeo, responsável pelo aumento da secreção do hormônio do crescimento (GH) (RODGER, AL, 2007). O gene da grelina encontra-se no cromossomo 3p. Ela é composta de 28 aminoácidos com uma modificação octanoica no seu grupo hidroxil sobre a serina 3, que é essencial para o desempenho da sua função secretagoga de GH. Ela foi, primeiramente, isolada de células especializadas (enterocromafins) da mucosa do estômago. A expressão desse hormônio foi demonstrada em vários tecidos, como estômago, ovário, placenta, rins, glândula pituitária, pâncreas, coração e cérebro (RODGER, AL, 2007). A descoberta recente da expressão do mRNA da grelina no tecido placentário envolve esse hormônio no controle reprodutivo (GUALILLO et al,2001).A grelina possui duas diferentes formas de circulação: grelina não acilada (GNA) e grelina acilada (GA) (MAGER et al, 2008). A acilação (remoção do grupo NH2) do peptídeo é necessária para a sua passagem através da barreira hemato-encefálica e é essencial para a secreção de GH e outras atividades endócrinas. Entretanto, a grelina não acilada, circulante em maiores quantidades que a acilada, não é biologicamente inativa, pois desempenha algumas ações não endócrinas, incluindo o efeito cardioprotetor e as ações antiproliferativas, por intermédio da sua ligação a diferentes subtipos de receptores secretagogos do hormônio do crescimento (GHS) (CASSONI et al, 2001).Dentre as principais funções da grelina, podemos destacar sua influência na alimentação, estimulando a ingesta alimentar, aumentando a utilização de carboidratos. Também atua reduzindo o gasto de gordura, aumentando a motilidade gástrica e secreção ácida e reduzindo a atividade locomotora (WREN et al, 2000). Porém, o aspecto destacado nesta revisão é sobre a atuação da grelina no metabolismo da glicose,