Gravidez na adolescência: falta ou excesso de informação?
A gravidez na adolescência tem sido apontada como um problema de saúde pública, este aumento é dado devido às diversas repercussões deste fenômeno na vida da mãe adolescente. A gestação nesta fase, mesmo sem complicações, é chamada de gestação de risco pela própria condição que a adolescência impõe. Ao engravidar, as adolescentes acreditam obter a auto-realização e a independência. Outro fator relevante a ser discutido é que, culturalmente, a mulher ainda é vista como a única responsável por evitar uma gravidez. A adolescente vive uma fase de intensas alterações em relação ao próprio corpo, o corpo infantil é perdido e, então, passa por um processo de modificações durante alguns anos, os seios crescem, o quadril se alarga e é nítido seu crescimento. Com a puberdade, a adolescente começa a ter menstruações, o nível dos hormônios fica alterados e conseqüentemente, novas sensações corporais são vivenciadas e também novas fantasias são ativadas: a adolescente sonha em encontrar o amor de sua vida, seu par perfeito. Essas transformações acarretam numa intensificação da sexualidade, que passa a ser possível de ser vivida com os pares. As adolescentes passam a se relacionar com os garotos e freqüentemente iniciam a vida sexual, e muitas vezes, sem prevenção nenhuma. As ações de prevenção podem diminuir a incidência de gestação precoce e o acompanhamento às adolescentes permite melhores condições para que sustentem seus filhos. Pois, cerca de 20% das crianças que nascem a cada ano são filhas de adolescentes. Comparado à década de 70, três vezes mais garotas com menos de 15 anos engravidam hoje em dia. A maioria não tem condições financeiras nem emocionais para assumir essa maternidade. Acontece em todas as classes sociais, mas a incidência é maior e mais grave em populações mais carentes. O rigor religioso e os tabus morais internos à família, a ausência de alternativas de lazer e de orientação sexual