Gramsci e o estado
Gramsci sistematizou o que estava implícito na teoria de Marx, ou seja, no marxismo. Ele de desenvolveu uma ciência marxista da ação política. Ele, mais do que Marx, reconhecia que a política era uma atividade autônoma, e dizia que:
“A política é a atividade humana central, o meio através do qual a consciência individual é colocada em contato com o mundo socil e material, em todas as suas formas”.(Hobsbawm, 1987, p.23)
A ênfase que Gramsci atribuiu à política surgiu da situação histórica na qual ele viveu e participou como um líder intelectual envolvido com um movimento proletário de massa durante a Primeira Guerra mundial, e nos anos posteriores, como a vitória do fascismo 1922.
Gramsci viu o fracasso dos movimentos das massas trabalhadoras e de um fascismo reacionário apoiado por grande parte da classe trabalhadora. A partir dessa experiência ele desenvolveu um enfoque marxista alternativo do Estado, bem como uma teoria marxista da política. Criou uma estratégia alternativa para a derrubada do Estado burguês e a construção do socialismo.
O CONCEITO DE SOCIEDADE CIVIL
O pensamento de Gramsci estava enraizado em Marx e Lênin. Ele assumia os pressupostos marxistas a respeito das origens materiais de classe e do papel da luta e da consciência de classe na transformação social.
Gramsci adotou a noção de Marx sobre a “hegemonia” burguesa na sociedade civil, e fez dela um tema central da sua versão sobre o funcionamento do sistema capitalista. Para Gramsci a hegemonia significava o predomínio ideológico dos valores e normas burguesas sobre as classes subalternas.
Com a sua concepção da sociedade civil Gramsci foi além de Marx, ele enfatizou o papel da superestrutura na perpetuação das classes e na prevenção do desenvolvimento da consciência de classe. Ele atribuiu ao Estado parte da função de promover um conceito (burguês) único da realidade e, consequentemente, emprestou ao Estado um papel mais extenso na perpetuação das classes.