Graduando
Ater-me-ei ao seguinte questionamento feito pelo autor no início da leitura para construir minha reação ao conteúdo:
"De que maneira, ao longo dos séculos, através de numerosas sociedades, se elaborou lentamente, não o senso do 'eu', mas a noção, o conceito que os homens de diversas épocas criaram a respeito?" MAUSS, Marcel.
Mauss mostra que mesmo em sociedades consideradas primitivas já conceituavam o ‘eu’ como ser individual, que por mais que esse indivíduo seja um personagem de um meio ele é único dentro daquele clã. E o que os difere uns dos outros, dentro de uma mesma sociedade ou até mesmo entre outras, são seus nomes – muitas vezes derivados do totem ou recebidos hereditariamente, através de guerras ou trocas – roupas, máscaras, pinturas pelo corpo, adereços, moedas etc. Mas continua sendo meramente um elemento da organização de tal sociedade, um personagem.
A partir do surgimento da ideia de persona latina a pessoa passa a ser vista como um fato fundamental do direito, tornando-se sinônimo da verdadeira natureza do indivíduo. É daí que surge o sentido primitivo de pessoa e que cada vez mais vai ganhando um sentido moral, de ser consciente, independente, autônomo, livre, responsável. Consequentemente as pessoas passam a ter funções, cargos, honrarias, direitos e deveres, tornando-se uma pessoa moral consciente. Sendo assim, a consciência torna-se privilégio da pessoa moral: ‘pessoa = o Eu; o Eu = a consciência. O cristianismo, aproveitando-se desse conceito e do seu poder religioso, cria a noção de pessoa humana, fazendo da pessoa moral um modelo de sujeito individual e pensante de seu próprio papel no mundo.
Este pensamento, apesar de toda evolução intelectual e social, pode ser observado ainda nos dias de hoje e é a partir dele que guiamos nosso papel na sociedade em que