Graduando
Saussure e Chomsky: dos sistemas linguísticos e suas realizações.
FILIPO PIRES FIGUEIRA
Prof. Edson Françozo.
CAMPINAS
2012
Venho a tratar nesse texto de dois Programas de Investigação Científica (PICs), conceito definido por Lakatos: o Estruturalismo Saussureano e o Gerativismo de Chomksy. Tomei como foco de análise os quesitos de linguagem, língua e sistema linguístico, suas correlações e dessemelhanças nas teorias de ambos os autores. Para Saussure (1916), o núcleo de seu PIC era a “língua”, um sistema determinado de regras de aplicações possíveis do uso da linguagem - suas condições de possibilidades. Ele afirma, em oposição à “fala” – conceito descrito como variável e imprevisível, não passível ou com maior dificuldade de análise, que a língua deveria ser o ponto de partida dos estudos linguísticos. Para definir “língua”, Saussure usa de um conceito muito presente em suas teorias, o valor. A língua é descrita de acordo com seu uso funcional e sua pertinência. A linguagem, portanto, seria fruto de um meio social,
“os indivíduos que utilizam a linguagem o fazem sempre por iniciativa pessoal, mas sua ação verbal só tem os efeitos que tem pela existência de um sistema que o usuário compartilha com os outros membros da comunidade linguística de que faz parte." (ILARI, R., 2008, p. 58, In: “Introdução a Linguística, vol. 3”)
Está no conceito de linguagem a grande dessemelhança daquele com o PIC Gerativista. Para Chomsky (1957), diferente de como definiu Saussure, a linguagem é inata, não necessitando de um conjunto social para existir. A linguagem é individual e se desenvolve independentemente de um grupo linguístico. Com o conceito de “criatividade linguística”, um conhecimento prévio das realizações da língua, Chomsky dá maior importância aos modos que os indivíduos usam para reproduzir suas frases. Para a faculdade inata da linguagem, é dado o nome de “competência”,