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Artigo: “A supervalorização dos terrenos na cidade de Dourados e os problemas dela advindos” 1

Com o intenso crescimento do perímetro urbano da cidade de Dourados, observa-se que muitos terrenos localizados na região central tiveram seus preços aumentados de maneira exorbitante. Os terrenos das áreas periféricas não são exceção.
Todo esse “aquecimento imobiliário” tem agravado um grande problema: a falta de acesso da população mais carente à terra. Se por um lado o desenvolvimento das cidades tem gerado grandes infraestruturas, com aberturas de estradas, construções de viadutos e a chegada de grandes empresas, por outro, a condição socioeconômica da população não tem acompanhado esse desenvolvimento. Os preços dos terrenos estão inflados e isto obriga a muitos à ocupação irregular. Assim a cidade do sonho, da esperança, onde a vida deveria se reproduzir e se realizar de forma plena, está cada vez mais distante daqueles que não possuem renda familiar necessária para obter o direito do acesso a este bem natural que não pode ser produzido.
Há um grupo seleto de proprietários que monopolizam o acesso à terra. Eles decidem como e quando usarão os seus terrenos. Este controle da terra tem tornado o sonho da casa própria, para o cidadão que não tem renda suficiente para obtê-la, ainda mais difícil.
Este grupo de proprietários compra terrenos em áreas que não possuem infraestrutura e espera a ação do poder público, que instala equipamentos e infraestruturas, para agregar aos preços dos seus terrenos essas externalidades de uso público.
Na tentativa de reduzir essas diferenças sociais, o Estado criou o projeto “Minha casa. Minha vida”. Muitas famílias se beneficiaram deste projeto, porém as casas geralmente são muito pequenas e em locais que dificultam o acesso da população à mercados, shoppings e, até mesmo, ao serviço de transporte, que apesar da péssima qualidade é amplamente utilizado pela população.
Muitos produtores agrícolas da região da Grande Dourados