Graduanda

Marcel Merle foi um politólogo francês e considerado pioneiro no campo da sociologia das Relações Internacionais. Em seu livro “Sociologia das Relações Internacionais”, publicado em 1974, propõe que o estudo se inicie através das concepções das relações internacionais porque, segundo as palavras do autor, há “impossibilidade de juntar e, principalmente, classificar sobre uma base puramente empírica a totalidade dos fatos suscetíveis de caberem na rubrica “relações internacionais””.
Os acontecimentos relacionados a esse campo de estudo são muito abrangentes e numerosos e, assim, não podemos restringir-nos aos considerados mais importantes e conhecidos, pois assim os fatos não seriam analisados em sua totalidade, dando brechas a conclusões equivocadas.
As informações que são cedidas, entretanto, não são todas ou então, em países em que informação se tornou um artigo de consumo, são manipuladas. Negociações internacionais inclusive não são completamente de conhecimento público. Para suprir essa falta de informação, deve-se satisfizer com uma visão aproximada e com a interpretação pessoal dos eventos.
Portanto, surgiram as teorias, ou seja, conjuntos de conceitos sobrepostos que busca responder acontecimentos e têm como objetivo explicar diversos fenômenos, sua função é simplificar.
Entretanto, para Merle, só se deve teorizar com o intuito de mostrar a realidade em sua totalidade, por isso adotou uma abordagem multidisciplinar. Na sua análise, devem ser avaliados fatos históricos, economia, direito, política dentre outros. Por isso, não se deve restringir sua análise a um único instrumento.
Na primeira parte de sua obra, Merle trata de concepções das relações internacionais, seus métodos e sistemas. Os conceitos são o clássico, o marxista e o sociológico de inspiração anglo-saxã.