Graduanda
Cleide Alves Queiroz
“A Literatura nas concepções de Pinto Ferreira e Sílvio Romero”
Pinto Ferreira, em a Revista Pernambucana de Filosofia (Recife-1954), traz no artigo intitulado de “Interpretação política da Literatura brasileira” , alguns apontamentos e ideias pertinentes sobre as literaturas brasileiras produzidas até então. Para tanto o mesmo inspira-se em vários interpretes do Brasil para demonstrar e conceituar seu pensamento, um deles e que se vê fortíssima influência, é a de Sílvio Romero. Para Pinto,
“A literatura de um povo deve refletir a emoção nacional do tesouro das tradições populares, numa alta vibração patriótica e humanista. A enorme e fecunda herança literária, temperada ao fogo da alta nacionalidade, sem preciosismos, enraizada nas tradições culturais do passado, constituie o cenário histórico das aspirações do progresso.” (FERREIRA,Pinto, 1954 p.45) Assim, durante esses escritos, elenca a Literatura como objeto das aspirações sociais de uma cultura e o que não contempla essa ideia, podemos dizer com base nas palavras de Michelet utilizadas por ele, “enterravam e vivem a enterrar a literatura em questões bizantinas, desvirtuando a nobreza e o idealismo da epopéia da libertação nacional e do seu progresso literário e espiritual”. A literatura, bem como a filosofia e a arte, é tomada como caráter documental e político de um povo, “fazer da arte e da literatura o instrumento de criação de uma sociedade”, essa ideia perpassa as concepções marxistas, descartando totalmente a produção da “arte pela arte”. Se a arte literária, dentro de seu pensamento, tem função de representar a sociedade, o escritor, por sua vez, passa a ser o produtor e representante legítimo de uma cultura. Isso é evidente quando o mesmo estabelece sua função, usando suas palavras, o escritor tem a “missão a realizar na sociedade, na sua cálida e mensagem de fraternidade e cultura, na defesa intransigente da