Graduado

Resumo do texto: A teoria das raças, de Lilian Schwarcz

Euclides da Cunha, em 1902 disse: “ou progredimos, ou desaparecemos”, em sua obra Os Sertões. Essa afirmação possui um teor muito mais político do que parece. A evolução tal descrita fazia referencia a um assunto de extrema polêmica: a raça. Raça, nesse ponto de vista, significava uma separação perigosa de superioridade e inferioridade. Seria o “embraqueamento” da sociedade brasileira, em busca de um reconhecimento evolutivo. Na verdade esse era o discurso evidente em meio à sociedade do século XIX, é o que destaca a Lilia Schwarcz em seu texto A teoria das raças, uma construção histórica de finais de século XIX - O contexto brasileiro.
Mas antes de chegar neste ponto de discussão, a Lilia perpassa pelo pensamento da sociedade vista sob o contexto histórico do “descobrimento” e colonização da, até então, terra Tupiniquim. A autora destaca o etnocentrismo dos brancos, do século XVI, os europeus carregavam índios para as cortes européias para concluir se estes eram besta, feras ou homens de verdade e se tivera alma. Ela demonstra uma série de pinturas e as analisa sob essa perspectiva etnocêntrica – os europeus vinham e descreviam os africanos e os índios como povos bárbaros.
O texto destaca que a “naturalização da diferença” ocorre de fato no século XIX. Isso se deu quando houve a negação do princípio da Revolução Francesa – igualdade, liberdade e fraternidade.
Não obstante de ter “naturalizado a igualdade”, o liberalismo, segundo Louis Dumont (1966), e que exacerba o racismo, pois tem um discurso orgulhoso de dominação entre os homens, acima de tudo “um progresso que caminha numa direção só, rumo à Europa Ocidental, à monogenia, ao industrialismo, à tecnologia”.
Esta superioridade de raças começou então a ser discutida com o aparato da voz científica em meados dos séculos XIX. A dualidade entre a poligenia – multiplicidade da origem do homem, e a monogenia – origem única do homem, exprimia esta