Graduado
Acta Urológica Portuguesa 2000, 17; 4: 35-40
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Trabalho de Revisão – Prémio APU 2000
Incidentaloma da glândula supra-renal Avaliação e atitude terapêutica
João Marcelino, José Dias, Francisco Martins, Tomé Lopes
Serviço de Urologia, Hospital de Pulido Valente, Lisboa
Resumo
Introdução: O diagnóstico incidental de uma massa localizada na glândula supra-renal (Adrenaloma) é um problema clínico cada vez mais frequente. A sua avaliação e terapêutica constituem um tema controverso, determinando, assim, uma prática clínica variável. Objectivo: Sugerir um protocolo de avaliação e atitude terapêutica dos adrenalomas baseado nas mais recentes e consensuais opiniões de diversos autores, divulgadas em artigos científicos. Material e Métodos: Análise crítica de artigos publicados recentemente sobre adrenalomas, com o recurso à Medline. Resultados: Embora a maioria dos adrenalomas seja contituída por massas normosecretoras e benignas, todos eles devem ser avaliados quanto ao estado funcional e risco de malignidade. É consensual que a avaliação deve ser realizada com o recurso a estudos hormonais e imagiológicos, sempre enquadrados numa lógica de custo/benefício. Os testes hormonais incluem, numa primeira linha, o teste de inibição da secreção do cortisol com 1 mg de dexametasona, a determinação de catecolaminas e metanefrinas na urina de 24 horas e, ainda, a aldosterona e renina sérica em indivíduos hipertensos ou hipocaliémicos. Os estudos imagiológicos englobam, essencialmente, a Tomografia Axial Computorizada (T.A.C.) e, em caso de dúvida, a Ressonância Magnética (R.M.), as quais avaliam as dimensões e características fenotípicas do incidentaloma. A cintigrafia do córtex e a biópsia aspirativa guiada por T.A.C. podem, em determinadas circuntâncias, ser úteis e complementar a informação dos exames anteriores. Conclusão: A detecção ou exclusão das principais formas de hipersecreção da glândula supra-renal (síndrome de Cushing subclínico,