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1.1. Graça santificante: uma participação da vida divina.
O homem, na ordem puramente natural, é uma criatura de Deus que recebeu o ser e sua natureza específica através de seus pais biológicos. Não podendo ser considerado um verdadeiro filho de Deus.
Entretanto, Deus, por sua infinita bondade, na criação de nossos primeiros pais, elevou o gênero humano, “constituindo-o em santidade e justiça” (D788) e ordenando-o a um fim sobrenatural, ou seja, a participar dos bens divinos. Foram-lhes concedidos dons e poderes incomparáveis: sua natureza mineral, animal e humana estavam submetidas inteiramente à vida sobrenatural e “a razão humana não era perturbada por paixão alguma desordenada”. 1 Havia uma perfeita harmonia entre Criador e criatura.
Infelizmente, Adão, nosso primeiro pai, foi infiel não cumprindo com a única condição que Deus havia imposto para conservar os dons recebidos e perdeu, assim, para si e para todos seus descendentes, este imenso tesouro: a santidade e justiça em que havia sido constituído. As potências da alma entraram em rebelião; a inteligência não dominava mais a vontade e ambas não tinham mais poder absoluto sobre a sensibilidade. Suas paixões não mais o obedeciam.
Esse caos produzido pelo pecado original era irreparável meramente pelas forças da natureza humana (Cf D 790) Essa ofensa foi cometida contra um ser infinito: Deus, e exigia uma reparação infinita. Na sua grande misericórdia quis: A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade se encarnou no ventre puríssimo da Virgem Maria e imolando-se na cruz, Jesus Cristo, Homem-Deus, expiou por essa e todas as outras faltas dos homens, restaurando para sempre a vida sobrenatural através de um tesouro maravilhoso: a graça.
Esta graça é infundida, gratuitamente, aos homens pelo Batismo e por ela se faz semelhante ao próprio Deus participando de Sua natureza divina, ou seja, o homem torna-se verdadeiramente filho adotivo e herdeiro de Deus. Eis