golpe militar 64

Universidade Federal Fluminense – UFF
Relações Internacionais
Data: 16/09/2014
Resenha Comparativa

Principais convergências entre os autores, na minha opinião:
1) Marcelo Badoró Mattos começa estabelecendo uma análise dos principais pontos que levariam ao golpe de 64: a questão econômica e a crise do populismo. O primeiro ponto trata sobre o modelo econômico vigente, que elaborado pelo presidente Jucelino Kubichek, se encontrava numa situação insatisfatória, que necessitaria uma forte intervenção do Estado para poder garantir a abertura para o aumento de investimentos e controle dos sindicatos, permitindo o controle dos movimentos trabalhistas, e consequentemente, o aumento da atratividade do Brasil para o investidor estrangeiro. O segundo ponto trata sobre as fortes contradições em que se via o governo de Goulart; a intensificação do conflito de classes se via através do aumento das reivindicações das classes populares, que segundo o autor “[...] queriam ir além dos limites estabelecidos pelas classes dominantes para suas concessões” e ao mesmo tempo a necessidade de reestruturar a economia. É interessante notar que essas são as condições que garantiriam ao golpe de 64 apoio de uma parcela considerável da população, a qual o Carlos Fico identifica como a classe média, os empresários, a imprensa e a igreja católica.
2) Ambos os autores colocam a não resistência de Jango ao golpe como um fato de extrema importância para o desenvolvimento da ditadura militar. Carlos Fico enfatiza que uma resistência armada contra o golpe não conseguiria impedir o avanço dos militares, pois estes seriam usufrutuários de apoio estadunidense (Operação Brother Sam), que interferiria caso houvesse uma guerra civil dentro do Brasil. Ao mesmo tempo, Marcelo Badoró coloca que no âmbito dos trabalhadores não houve intenção de contenção do golpe pois não havia motivos de fato para os lideres sindicalistas pegarem em armas, além da expectativa de que as forças armadas iriam funcionar