O golpe militar de 64
“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer.”
(Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores - Geraldo Vandré)
Nascida de um golpe militar, a Ditadura permaneceu no país de 1964 a 1985. Foi marcada pelo autoritarismo e levou a várias manifestações. Muitas vezes, esteve presente como forma de protesto nas músicas, como a de Geraldo Vandré, onde convida as pessoas a lutar por seus direitos.
1. O golpe militar de 1964
No começo da década de 60, o país atravessava uma profunda agitação política. Depois da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, assumiu seu vice, João Goulart (Jango), um homem de convicções esquerdistas para a então política brasileira.
Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam reduzir as desigualdades sociais brasileiras. Entre estas, estavam às reformas bancária, eleitoral, universitária e agrária.
O perfil de Jango logo preocupou as elites, que temiam uma alteração social que ameaçasse seu poder econômico. Por isso, uma série de decisões foram tomadas para enfraquecer o presidente. A mais famosa foi a adoção do parlamentarismo, que, em 1961 e 1962, atribuiu funções do presidente ao Congresso, então dominado por representantes das elites. O regime presidencialista foi restabelecido em 1963 após um plebiscito.
A crise econômica e a instabilidade política se propagavam no país. Jango propôs as reformas constitucionais que aceleraram a reação das elites, criando as condições para o golpe de 64. Com as reformas, Jango pretendia controlar a remessa de dinheiro para o exterior, dar canais de comunicação aos estudantes e permitir que os analfabetos, maioria da população, votassem.
O estopim do golpe militar aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo.
Imediatamente, a elite reagiu: o clero conservador, a