Golpe da Maioridade
A partida do imperador D. Pedro I à Europa e sua abdicação ao trono havia provocado muitas revoltas nos territórios brasileiros, principalmente pela incerteza política gerada durante o Período Regencial. O filho do imperador, Pedro II, não podia assumir o reinado porque ainda era uma criança de 5 anos quando seu pai deixou o poder em 1831.
Somava-se às incertezas os distintos interesses dos liberais e conservadores; enquanto os liberais pretendiam criar governos regionais mais autônomos com a eleição de assembleias legislativas, os conservadores mantinham a rígida posição de que a monarquia centralizadora era a solução mais apropriada para conter e evitar as possíveis revoltas que surgiriam posteriormente.
Os liberais criaram em 1834 o Ato Adicional, para permitir que governos locais pudessem criar suas próprias assembleias e servir aos interesses das políticas provinciais. Em 1840, os conservadores perceberam que deviam ter uma posição mais participativa no governo para conter as inúmeras revoltas que aconteceram neste período e criaram a Lei Interpretativa do Ato Adicional, que enfraquecia a autonomia das assembleias e dava ao império centralizador poder maior de interferência nos governos provinciais.
Diante de uma instabilidade política cada vez mais evidente com o estouro de revoltas populares, os dois partidos chegaram à conclusão de que a ordem deveria ser mantida. Os liberais e conservadores chegaram ao consenso de que somente a antecipação de Pedro II ao trono poderia dar um fim à instabilidade gerada.
Antônio Carlos de Andrada e Silva, do Partido Liberal, levou adiante a ideia de um grupo secretamente criado grupo por José Martiniano Alencar, o Clube da Maioridade, contando com o apoio da imprensa e de alguns manifestantes para pressionar o Senado a votar a favor da antecipação da maioridade de D. Pedro II, que tinha somente 14 anos na época. Este fato ficou conhecido como o Golpe da Maioridade.
Os liberais apoiaram a