Gografia
Os resultados de um estudo que apontava para o aumento do risco de leucemia em crianças associado à exposição a campos magnéticos, o interesse pelo tema vem aumentando, e diversos estudos foram publicados. O objetivo desta revisão é apresentar os diferentes métodos utilizados na avaliação da exposição aos campos magnéticos de frequência extremamente baixa, bem como as dificuldades enfrentadas na quantificação dessa exposição, além de relatar os resultados de estudos epidemiológicos publicados nos últimos 10 anos. A falta de um modelo fisiopatológico que explique uma possível influência dos campos magnéticos na saúde e a dificuldade para quantificar a exposição têm sido os maiores obstáculos da pesquisa na área. Leucemia e tumores do sistema nervoso central têm sido os efeitos mais estudados. Leucemia em crianças é o desfecho mais consistentemente associado à exposição a campos magnéticos. Estudos mais recentes apontam a associação entre esclerose lateral amiotrófica e campos magnéticos.
A despeito das muitas pesquisas realizadas, até o momento não existe concordância sobre efeitos adversos à saúde gerados por campos de frequência extremamente baixa, já que estes parecem possuir energia insuficiente para romper ligações entre as cadeias de DNA e desencadear um processo de carcinogênese8,9, com exceção das exposições agudas iguais ou superiores a 100 μT10. A tendência atual, portanto, é de se considerar de frequência extremamente baixa como um fator de promoção tumoral ou de cocarcinogênese