GM A montadora que mais produziu e mais perdeu
Michele Loureiro, de EXAMELançamento em Detroit: a GM corre para atualizar produtos
São Paulo - A venda de carros no Brasil foi um fenômeno em 2012. Enquanto o PIB cresceu por volta de 1%, o número de veículos vendidos avançou 6% e somou 3,6 milhões de unidades. É um recorde histórico. Quase todo mundo aproveitou o momento, impulsionado pelo corte de impostos para o setor. As líderes Fiat e Volkswagen cresceram 10% e 9%, respectivamente. A Nissan cresceu 56%; a Renault, 24%; a Toyota, 14%.
Com tantas empresas ganhando terreno, na ponta oposta estava uma das companhias mais tradicionais do setor: a americana General Motors. Apesar de ter sido a montadora que mais lançou carros, com nove modelos em 15 meses, as vendas da GM cresceram 1,7% em 2012. Nos últimos dois anos, a empresa acumula 2,3 pontos percentuais de queda em sua participação de mercado. Num setor em que as montadoras brigam por cada décimo, é um número ruim.
O que está acontecendo com a GM? Os problemas da montadora americana no Brasil começam na falta de continuidade na gestão. Os atuais presidentes de Fiat e Volkswagen estão nos cargos há mais de sete anos. Nos últimos cinco anos, três executivos passaram pela presidência da GM. As trocas aconteceram pelos mais variados motivos. O colombiano Jaime Ardila, que assumiu em 2007, ficou por dois anos no cargo antes de ser promovido para o comando da América do Sul e dar lugar à americana Denise Johnson.
A executiva foi encarregada de renovar a linha de produtos, mas ficou apenas seis meses no Brasil antes de sair alegando problemas pessoais. Grace Lieblein, ex-presidente no México, chegou também com a missão de renovar a linha em 2011. Um ano e meio depois, foi promovida a vice-presidente global de compras. Desde dezembro, Ardila está de volta,