Globalização x estados nacionais
* Virou moda economistas, cientistas políticos e jornalistas afirmarem que, com a globalização, os Estados Nacionais tendem a desaparecer ou ao menos a perder parte substancial do seu poder. * Qual seria a lógica desse raciocínio? O poder econômico das multinacionais, a abertura dos mercados e a integração dos mercados financeiros deixaria os governos nacionais de mãos atadas, não havendo mais autonomia para decidir sobre impostos, barreiras protecionistas e políticas de juros e crédito.
COM AS ATUAIS PRÁTICAS NEOLIBERAIS, O ESTADO NACIONAL NÃO DESAPARECE, MAS TEM O SEU PODER REDUZIDO. PASSA A SER COMO UMA “MOLA”, QUE AMORTECE OS REFLEXOS DE UMA CRISE, POR EXEMPLO. NÃO CABE MAIS AO ESTADO NACIONAL INTERVIR EM MEDIDAS PROTECIONISTAS JUNTOS AS MULTINACIONAIS, APENAS REGULAR TAIS MEDIDAS.
EXEMPLO: A MEDIDA CRIADA PELO ATUAL GOVERNO BRASILEIRO AO REDUZIR O IPI, COM O OBJETIVO DE MANTER AS INDÚSTRIAS PRODUZINDO E AUMENTAR AS VENDAS, AQUECENDO O COMÉRCIO E A ECONOMIA, IMPEDINDO UM MAIOR NÚMERO DE DESEMPREGADOS E ASSIM REDUZIR OS REFLEXOS DA CRISE FINANCEIRA DE SETEMBRO DE 2008. * Qualquer política em sentido contrário traria alteração de humor dos grandes agentes econômicos internacionais. Ou seja, segundo tal enfoque, aos governos nacionais restaria apenas as tarefas de promoção da educação e saúde, além de políticas de emprego e assistência social para os mais pobres. * Entretanto, se analisarmos com a devida atenção, em vez de se reduzir, o número de países e governos nacionais vem crescendo de forma significativa nos últimos quarenta anos: enquanto em 1960, havia 96 países, hoje temos exatamente o dobro, ainda que em muitos a noção de soberania e o próprio Estado estejam ausentes. * * O FATO DO NÚMERO DOS PAÍSES TER DOBRADO NÃO TEM LIGAÇÃO COM A QUESTÃO ECONÔMICA E SIM A INDEPENDÊNCIA QUE MUITOS PAÍSES CONQUISTARAM APÓS A 2ª GUERRA MUNDIAL (PRINCIPALMENTE NA ÁSIA E ÁFRICA) E COM O FIM DO MUNDO