Globalização, reformas econômicas e elites empresariais
Globalização, Reformas Econômicas e Elites Empresariais: Brasil anos 90
Eli Diniz
Em Globalização, Reformas Econômicas e Elites Empresariais, lançamento da editora FGV, Eli Diniz focaliza o impacto das mudanças que, a partir de meados da década de 80, caracterizam a nova ordem mundial, determinando, na maioria dos países inseridos na órbita do capitalismo internacional, a redefinição da agenda pública e do modelo de organização da economia e da sociedade. Partindo da crítica de certos mitos que toldam a compreensão de problemas centrais do Brasil contemporâneo, como o impacto da globalização, as reformas liberais e a reforma do Estado, a autora procura desvendar alguns dos impasses que se antepõem à construção de uma nova estratégia de desenvolvimento para o país.
Quanto ao primeiro ponto, ao avaliar as visões correntes acerca do fenômeno da globalização, a autora questiona as abordagens deterministas-economicistas, que enfatizam o caráter inexorável das novas forças econômicas globais, de teor supostamente incontrolável, impondo agendas uniformes, às quais todos os países deveriam ajustar-se, transformando os Estados nacionais em peças obsoletas de uma ordem institucional do passado. Este tipo de visão, ao mascarar a relevância das formas de exercício do poder político, tolhe a reflexão em torno das reais alternativas de que dispõem os governos nacionais na busca de soluções próprias para seus problemas mais prementes.
Em seguida, a autora aborda o tema da reforma do Estado, destacando um traço da experiência histórica brasileira recente, que consiste na associação entre as principais iniciativas de reforma do Estado e contextos autoritários, como a Presidência de Vargas de 1930 a 45 e os governos militares dos anos 60. O peso deste legado, no âmbito das percepções e das formas de ação, exerce certa influência nas experiências contemporâneas de reforma do aparelho estatal. Desta forma, no plano da cultura política dominante e das