Gilberto Freire, casa grande e senzala
A obra Casa- Grande e Senzala marca uma importante mudança na história do Brasil. Diferente das publicações de outros autores, Gilberto Freire vai tratar a questão do hibridismo e das misturas culturais de um jeito bem distinto. O que antes se encontrava nas obras de mesmo tema eram histórias de personagens e fatos admiráveis, já em Casa- Grande e Senzala, o dia-a-dia e a rotina, os pequenos detalhes (não menos significativos), as manifestações culturais dos três povos terão a mesma importância. Ou seja, ele não abordará unicamente a vida dos “dominadores europeus” e sim a vida particular, quase que o subjetivismo desses povos.
Seu livro é dividido em cinco capítulos, sendo o primeiro voltado para a exposição da formação geral da sociedade brasileira e a unificação da colônia; no próximo capítulo abordará a importância do indígena como a base da família; no capítulo três o foco será o colonizador português e entre os capítulos quatro e cinco falará sobre o escravo negro. Tudo de uma forma bem detalhada e de fácil entendimento.
Esse novo modo de ver a colonização brasileira vai causar um grande impacto na vida das pessoas porque aqui o índio terá o seu valor, o negro também, coisa que não era comum de se ver em tempos passados. O que se via era a exaltação de um “povo superior” que adentrava em terras brasileiras e instalava o seu modo de vida. Os portugueses tiveram sorte em relação a outros europeus pela questão da mobilidade, do clima e da adaptação com os costumes dos gentios.
Muitas influências foram trocadas. O português se adaptou e as vezes á força impôs ao índio alguns dos seus costumes (vestimentas, religião), mas também de uma forma imperceptível adotou costumes das duas outras culturas. Logo no primeiro capítulo verifica-se isso.
O livro foi publicado em 1933, momento em que ainda predominava a ideia de pureza e superioridade dos brancos. Quando se fala que os mesmos tinham uma alimentação precária,