Fichamento do capítulo IV- Casa Grande & Senzala, Gilberto Freire
CASA GRANDE E SENZALA- GILBERTO FREYRE
O ESCRAVO NEGRO NA VIDA SEXUAL E DE FAMÍLIA DO BRASILEIRO- CAPÍTULO IV
“Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma e no corpo a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro. (...) A influência direta, ou vaga e remota, do africano.” Pág. 367
“(...) Por todos esses traços de cultura material e moral revelaram-se os escravos negros, dos estoques mais adiantados, em condições de concorrer melhor que os índios à formação econômica e social do Brasil. Às vezes melhor que os portugueses.
Pode-se juntar, a essa superioridade técnica e de cultura dos negros, sua predisposição como que biológica e psíquica para a vida nos trópicos.” Pág. 370
“Tais contrastes de disposição psíquica e de adaptação talvez biológica ao clima quente explicam em parte ter sido o negro na América portuguesa o maior e mais plástico colaborador do branco na obra de colonização agrária; o fato de haver até desempenhado entre os indígenas uma missão civilizadora no sentido europeizante. (...) E de todos os caborés de maior idade verificaram os bandeirantes que “sabiam alguma doutrina cristã que aprenderam com os negros [...] todos falavam português com a mesma inteligência dos pretos, de quem aprenderam.”” Pág. 373
“Uma vez no Brasil, os negros tornaram-se, em certo sentido, verdadeiros donos da terra: dominaram a cozinha. Conservaram em grande parte sua dieta.” Pág. 373
“O depoimento dos antropólogos revela-nos no negro traços de capacidade mental em nada inferior à das outras raças: “considerável iniciativa pessoal, talento de organização, poder de imaginação, aptidão técnica e econômica”, diz-nos o professor Boas.” Pág. 379
“Não se negam diferenças mentais entre brancos e negros. Mas até que ponto essas diferenças representam aptidões inatas ou especializações devidas ao ambiente ou às circunstâncias econômicas de cultura é problema