Resenha - Casa Grande e Senzala
O texto lido é na verdade, uma introdução escrita por Darcy Ribeiro e o prefácio da primeira edição escrito pelo próprio autor, Gilberto Freire. Esta introdução é uma crítica muito bem feita do livro, onde Darcy não teme deixar clara seu modo de pensar, tecendo elogios, mas também criticando alguns pensamentos do autor. O texto é pequeno, mas possui uma grande carga de informação, por isso, trarei pontos nessa resenha tentando pincelar aquilo que a mim sobressaiu.
Para Darcy, Gilberto Freire não descreveu apenas os personagens de uma forma a enaltecê-los ou colocá-los como super senhores de engenho, mas deu vida a cada um deles, nos permitiu reviver em suas casas-grandes, e enxergá-los com seus negros.
O que fica claro é que ele estuda um mundo semifeudal, usando as palavras do autor: uma minoria de brancos e brancarrões, dominando patriarcais, polígamos, do alto das casas-grandes de pedra e cal, não só os escravos criados aos magotes nas senzalas, como os lavradores de partido, agregados, moradores de casas de taipa e de palha, vassalos das casas-grandes em todo o rigor da expressão. Um modo de vida trazido da Europa. É interessante pensar, e Darcy Ribeiro diz isso, reafirmando Gilberto Freire, o fato de que Portugal, em sua pequenez, com pouquíssima população, consegue levar e fincar sua cultura em outro continente.
Para Gilberto Freire o índio é o silvícola nômade, de cultura ainda não agrícola, apesar das lavouras de mandioca, cará, milho, jerimum, mamão, praticada pelas tribos menos atrasadas. Para Freire o índio não tem tanta importância como o negro, ao menos é o que passa com suas palavras, transparece ainda uma ideia de inferioridade, embora Darcy deixe claro que ainda assim, é uma imagem melhor do que as transmitidas por outros textos anteriores.
Colocarei aqui um trecho da introdução em que Darcy busca mostrar o equívoco de Gilberto. Negros e índios – “deixemo-nos de