Gestão Social
Prof. Genauto Carvalho de França Filho (NPGA/CIAGS/UFBA)
Texto apresentado no I Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (I ENAPEGS) – Juazeiro do
Norte-CE, 23-25-05-2007.
Resumo
O presente texto problematiza a idéia de gestão social buscando refletir sobre ela de um ponto de vista fundamentalmente conceitual. O objetivo é sugerir um modo de definição que permita dar conta da diversidade de práticas que podem agrupar-se em torno dessa noção. O conceito sugerido distingue a gestão social em relação a outras formas de gestão e enfatiza sua singularidade que reside na sua natureza complexa, isto é, aquela de uma noção que compreende uma dupla dimensão de abordagem: organizacional e societária. Ao final do texto, algumas reflexões sobre os desafios que impõe-se a prática da gestão social são apresentadas, bem como, são salientados alguns aspectos inovadores que podem ser extraídos desse debate, em particular, no que diz respeito a redefinição do padrão convencional da relação entre o econômico, o social e o político na modernidade.
Introdução
Gestão social parece constituir nos últimos anos um daqueles termos que tem conquistado uma visibilidade cada vez maior, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto, sobretudo, em termos mediáticos. Mas, afinal de contas, o que compreende-se por gestão social ? Para um entendimento inadivertido, a expressão parece evidente por si mesma, com vocação em constituir-se como uma espécie de termo auto-explicativo: dir-se-á, assim, quase que de maneira tautológica, que trata-se de uma gestão voltada para o social. Neste sentido, a gestão social se definiria antes pela sua finalidade. Aqui reside uma inovação considerável para a disciplina administrativa, pois trata-se de compreender um ideal de gestão que não orienta-se, em primeiro lugar, para uma finalidade econômica - contrariando desse modo toda a tradição de desenvolvimento das técnicas e metodologias gerenciais em