GESTÃO PEDAGÓGICA
PROFESSORES E DIRETORES
MARTINS, Ângela – UNISANTOS – ange.martins@uol.com.br
GT: Formação de Professores / n.08
Agência Financiadora: FAPESP
Este trabalho1 buscou compreender o campo de tensão constituído no espaço escolar por dois movimentos: a) os processos de (re) significação, de (re) leitura ou de (re) interpretação do conjunto normativo e legal por parte de professores, diretores e coordenadores de escolas públicas; b) as formas de apreensão destes sobre o exercício da docência e da gestão, considerando-se os contextos nos quais são formados e exercem sua profissão. Dessa forma, partiu-se do pressuposto que, nesse espaço, as relações de trabalho são constituídas por um tripé: a) o conjunto legal e normativo (previsível e relativamente estável, tendo em vista que sua modificação requer processos de negociação política e/ou troca nas esferas executivas); b) as regras informais configuradas e negociadas entre os pares cotidianamente diante de situações reais de trabalho (imprevisíveis); c) os fatores sociais e econômicos que formam um campo cada vez mais imprevisível de práticas singulares, tendo em vista o aprofundamento da crise social, econômica e de valores que permeiam o capitalismo contemporâneo.
Procurou-se manter o distanciamento necessário entre o pesquisador e os entrevistados, o que, com certeza, não impediu que estes últimos tenham feito a apresentação de si e de sua trajetória de vida - bem como de suas relações profissionais no âmbito da instituição -, lançando mão da já conhecida “agenda oculta”, como assinalaria
Goffmann (1992). Em outras palavras, a situação de entrevista, “conforme a distância objetiva entre entrevistador e entrevistado, e conforme a capacidade do primeiro em
‘manipular’ essa relação”, pode variar da “forma suave de interrogatório oficial até a confidência” (Bourdieu (2005: 81). Ainda levamos em consideração que, “a representação mais ou menos