Gestão da diversidade no Brasil
Cada país vive uma realidade diferente em relação ao entendimento do que é a diversidade e a forma de lidar com ela. Isso se deve às características da própria população, da sua identidade cultural e da sua maturidade em tratar o assunto.
O termo diversidade nos traz as seguintes palavras “dessemelhança, diferença, divergência, contradição, oposição e variedade.” (AURÉLIO, 1986).
1.1 – DIVERSIDADE HISTÓRICA
Qual é o antepassado do “verdadeiro brasileiro”? Indígena (os primeiros povos a habitar a terra do ‘Pau Brasil’)? Os negros (que foram trazidos para trabalhar como escravos e, ainda, serviram de mercadoria para seus senhores)? Os portugueses (que detém o status de descobridores desta terra)? Porém, pode ser a miscigenação de todas as raças, como vemos hoje? Afinal de contas, aqui se instalaram povos de todos os lugares do mundo. Portugueses, espanhóis, alemães, franceses, japoneses, árabes e, ultimamente, peruanos, bolivianos, paraguaios, uruguaios e até argentinos vivem neste país que hospitaleiro até demais com os estrangeiros e, muitas vezes, hostil com sua população. A mão de obra escrava e negra foi responsável pela geração das principais riquezas que o Brasil produziu em sua história, desde a produção agrícola de cana-de-açúcar e de café, até a extração de ouro e diamantes. Mas também foi utilizada nas atividades mais comuns do dia a dia, sendo ocupada na maioria dos serviços domésticos e urbanos durante mais de três séculos da nossa história. Um padre jesuíta italiano, André João Antonil (1649-1716), quando esteve no Brasil, escreveu que os escravos eram “as mãos e os pés dos senhores de engenho”, isto é, dos proprietários de grandes fazendas de cana do nordeste. Essa expressão dá uma ideia do que significou o trabalho escravo no Brasil. A importância da escravidão para o desenvolvimento econômico da nossa história tem sido muito divulgada em livros didáticos e na televisão. Ninguém hoje é