Gestao do conhecimento
Autor: José Cláudio Cyrineu Terra
1. Considerações iniciais: competitividade baseada no conhecimento
São muitos os sinais de que o conhecimento se tornou o recurso econômico mais importante para a competitividade das empresas e dos países[ii]. Nos setores de serviços, em particular, a importância do conhecimento ou do capital intelectual[iii] com relação à gestão dos ativos físicos é intrínseca e amplamente visível. No setor de manufatura, embora em menor proporção, isto também se verifica, pois são as atividades como P&D, desenho de processo, desenho de produto, logística, marketing ou gerenciamento de sistemas que, em boa medida, definem o diferencial competitivo das empresas[iv].
É possível, até mesmo, questionar se algumas empresas - em setores como farmacêutico, computadores, vestuário, petróleo, alimentos, equipamentos de escritório e de automação - deveriam de fato ser classificadas como empresas industriais, uma vez que a maior parte de seus sistemas de custos, valores agregados, lucros e vantagem competitiva advêm de suas atividades de serviços. Neste sentido, seria possível chamar empresas como Xerox, IBM, Apple, Honda e Chrysler como “intellectual holding companies”, ou “holdings” do conhecimento[v]. Drucker[vi], por exemplo, chega mesmo a dizer que o verdadeiro produto da indústria farmacêutica é o conhecimento, e que os comprimidos e medicamentos são apenas embalagem para o conhecimento.
Neste contexto, algumas pesquisas[vii] mostram que mesmo as empresas tidas como industriais dependem essencialmente de umas poucas habilidades, conhecimentos ou competências-chave para desfrutar de vantagens competitivas consideráveis. O sucesso, por exemplo, da Procter & Gamble, seria baseado em dois conjuntos centrais de habilidades: 1) competência em P&D em oito tecnologias-chave; 2) habilidades muito superiores à concorrência em marketing