Germinal
O filme Germinal retrata um momento crítico na história da França, quando trabalhadores ligados a atividade de minérios de carvão, após anos de exploração, começam a reivindicar melhores condições de trabalho e de salário. O autor insere no filme vários debates interessantes, como conceitos capitalistas e comunistas, debates sobre valores da família x trabalho, filhos como fonte de renda e de trabalho. Podem ser observadas também algumas situações de negociação e barganha em situações de conflito.
Além disso, o filme trata de questões bem polêmicas, como os abismos sociais – enquanto os ricos, capitalistas, proprietários das minas, tem de tudo – moradia confortável, refeição requintada, etc., o proletariado luta com bastante dificuldade para ter o mínimo e não consegue nem mesmo atender a suas necessidades básicas!
Em um trecho do filme, os líderes do movimento (que se iniciou com uma tentativa de negociação e culminou como um movimento grevista), fazem uma interessante declaração, de que “hoje, vê-se claramente: o operario reflete graças ao ensino.” Com essa declaração o autor registra que quanto mais estudo, com um mínimo que seja de educação, uma pessoa ou um grupo possui mais condições de exigir, pois começam a entender seus direitos ou questionar os deveres e direitos não atendidos.
Em um determinado momento, um determinado personagem cita a questão da inutilidade da greve diante do sistema capitalista. Inclusive, ele sabe que os estoques estão cheios e sinaliza para seus companheiros de que não obterão sucesso apenas com a greve, pois parar a produção seria, no momento, até uma ajuda para os patrões, pois esses não precisariam pagar pelos dias não trabalhados (pois a remuneração era apenas sobre os carrinhos que saiam cheios de carvão) e ainda aliviariam o espaço ocupado pelos estoques de carvão que estavam sobrando. Interessante, ao longo do processo, observar as diferentes lideranças que emergem do
movimento.