Germinal
O filme Germinal se passa na França do século XIX em um vilarejo de Deux-Cent-Quarante, onde fica a mina Voreux (que faz parte das treze minas que ficavam ao redor da região de Monstou). Esta produção transmite muito bem aquele determinado momento histórico e caracteriza o processo de produção do trabalho no modelo capitalista, onde as necessidades humanas e materiais são mostradas em seus opostos de forma bem clara. Os trabalhadores viviam na vila ao redor da empresa, o pagamento era quinzenal e por produtividade, com carga horária desgastante de 16 horas diárias ou mais. Mesmo estando expostos a possíveis acidentes de trabalho, os trabalhadores não recebiam seguro e não recebiam se ficassem sem trabalhar. O carvão é retirado do subsolo em vagonetes com o perigo de explosões e desmoronamento devido o acúmulo de grisu e caso os operários não fizessem um bom escoramento da mina, eram multados. A fome e demais privações eram comuns naquele ambiente. Homens, mulheres e crianças eram obrigadas a trabalhar, pois se tornavam presos a seus patrões pelo fato de suas casas pertencerem a eles. O número de salário por pessoa era o que garantia o sustento de todos. Havia um grande contraste de situações entre patrões e empregados que pôde ser claramente notado a partir de um jantar de noivado que acontece no decorrer do filme, na família de um dos donos. Comida farta, alegria e tranqüilidade. Nota-se também que o noivado é quase como um negócio, pois é baseado no interesse de fusão de capitais. Logo no início do filme, é relatada a vinda de um novo operário, Etienne. Operário este que possui grandes idéias de mudanças e revolução e se revolta com as péssimas condições de vida e salário. Ele incentiva os demais trabalhadores a fazerem um fundo de reserva doando todo mês uma pequena parte do salário. Logo decidem pela greve, dispostos a reivindicar a situação de miséria e pedir