Gerações das Missões de paz
As primeiras operações de manutenção da paz, conhecidas como "operações de manutenção da paz clássicas " - "classical peacekeeping" - , desenvolvidas no período de 1948-1988, foram, majoritariamente, operações interestatais de observação militar criadas para monitorar ou supervisionar cessar-fogos, tréguas ou acordos armistícios e limites de fronteiras em áreas conflituosas
As primeiras operações de manutenção da paz da ONU foram autorizadas sob a égide da Guerra Fria, período em que a rivalidade ideológica entre Estados Unidos e União Soviética influenciou consideravelmente o comportamento dos demais Estados do sistema internacional. Neste contexto, a maioria dos conflitos envolvia essencialmente unidades soberanas, opondo dois ou mais Estados dispostos a garantir seus objetivos nacionais e preservar seu território contra a agressão externa.
A primeira dessas operações de observação foi mobilizada na Palestina em junho de 1948 (UNTSO - Organização das Nações Unidas para Supervisão de Trégua), momento da conclusão da guerra árabe-isrãlense, para monitorar tanto o cessar-fogo do conflito quanto os armistícios subseqüentes . Em 1956, o estabelecimento do "Comitê Especial para Operações de Manutenção da Paz", pela Assembléia Geral da ONU, viria finalmente a formalizar o termo "peacekeeping", evidenciando a aceitação dessas operações pela comunidade internacional.
Contudo, as divergências políticas e ideológicas dos anos de Guerra Fria impediram que o Conselho de Segurança desenvolvesse plenamente seus projetos de atuação na resolução de conflitos através das operações de manutenção da paz. O imobilismo do Conselho de Segurança devido ao uso do veto acabou por reduzir essas operações de paz à ações que desencorajassem o envolvimento das grandes potências em guerras civis e que monitorassem as guerras de independência nos antigos impérios coloniais. Do total de treze operações de manutenção da paz conduzidas entre