Geração y
O Novo Mundo do Trabalho: Oportunidades e Desafios para o Presente
Ana Arroio* e Karla Régnier**
* Ana Arroio é jornalista e doutora em Políticas de Ciência e Tecnologia pela Universidade de Sussex – GB. Consultora da Macroplan Prospectiva & Estratégia.
E-mail: anaarroio@macroplan.com.br
** Karla Régnier é mestre em Sociologia do Trabalho e pós-graduada em Informática aplicada à Educação. Consultora da Macroplan Prospectiva & Estratégia.
E-mail: karlareg@macroplan.com.br
Até pouco tempo, as relações de trabalho eram caracterizadas por meio de contratos formais realizados entre ‘patrões’ e ‘empregados’, que normalmente se colocavam em pólos opostos (com interesses divergentes, quando não antagônicos): os sindicatos tendiam a ser fortes e a defender os interesses dos seus associados. Quanto mais tempo o trabalhador ficasse em uma empresa, maiores eram suas chances de ‘fazer carreira’ e menor a possibilidade de ser rompido o vínculo trabalhista. O perfil do trabalhador médio era constituído por indivíduos do sexo masculino, de baixa escolaridade, formado ‘no chão de fábrica’, que trabalhava nas indústrias, diretamente nas linhas de produção.
Hoje a situação é bem diferente. O trabalhador da indústria já não é mais dominante, está mais escolarizado, compete com as trabalhadoras pelas vagas no mercado de trabalho, não tem a garantia do emprego para toda a vida, interessa-se menos pela associação junto aos sindicatos tradicionais, está submetido a pressões crescentes para aumentar sua produtividade, corre mais riscos de se ver desempregado, tem maior possibilidade de negociar seus rendimentos em função do valor que agrega à produção.
Em outras palavras, as noções de trabalho/emprego/segurança social, tratadas quase como sinônimas, mudaram com o passar do tempo, em interação com a evolução da sociedade e das condições da produção. Assim como mudaram as realidades que se escondem por trás dessas noções.
Vários são os fatores