Geopolítica do petróleo
“Of all resources (...) none is more likely to provoke conflict between states in the 21st century than oil. Petroleum stands out from other materials (…) because of its pivotal role in the global economy and its capacity to ignite large-scale combat. No highly industrialized society can survive at present without substantial supplies of oil (…)”
(KLARE, 2001a: 27)
As actuais necessidades energéticas da economia mundial são satisfeitas maioritariamente pelo uso de energias não renováveis. Mais precisamente, 90% da energia consumida a nível mundial vem do consumo de combustíveis fósseis1 (ver Gráfico 1). Os três principais combustíveis fósseis são o petróleo, o carvão e o gás natural. Estes combustíveis são as principais fontes de energia, tanto nos países industrializados, como nos países em vias de industrialização, nomeadamente no sector dos transportes rodoviários. Embora os países desenvolvidos do Norte tenham apenas 20% da população mundial, consomem a esmagadora maioria da energia a nível global (Gráfico 2). Apesar deste maior consumo, os países do Norte têm cada vez maior consciência da necessidade de conservar os recursos energéticos, em especial desde os “choques petrolíferos” de 1973 e 1979. Os países em industrialização do Sul (nomeadamente “gigantes” como a China ou Índia) tendem a ser utilizadores menos eficazes a nível energético2.
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Os combustíveis fósseis são formas de energia solar armazenada. No início do processo, as plantas surgem como receptores de energia solar, convertendo a energia solar, em energia química, através do processo da fotossíntese. Com o passar do tempo a matéria morta, constituída à base de plantas e/ou animais decompostos, deposita-se em grandes depósitos na Crusta terrestre (Geossinclinais), como resultado do calor e da pressão exercida ao longo de milhões de anos, transformaram-se em hidrocarbonetos (combustíveis fosseis como o petróleo, carvão e