Geografia

GOES FILHO, Synesio Sampaio. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Segundo o autor, Washinton Luis pesquisou sobre o bandeirismo e encontrou uma duvida que até hoje é freqüente em relação a penetração ao continente e a formação de fronteiras terrestres: “seria isso entradas ou bandeiras”? Analisando trechos de obras citadas no texto podemos perceber que as bandeiras tinham um caráter militar e eram organizadas pelo governo com o intuito de capturar “selvagens”. Porém essas tinham diferentes objetivos que iam desde dominar populações, passando pela busca de pedras preciosas até a colonização de uma área. Segundo ele, os historiadores contemporâneos tentam dividir as entradas sendo expedições mais costeiras podendo até mesmo ter caráter fluvial, enquanto as bandeiras estariam relacionadas a expedições de caráter mais invasivo, terrestre, atingindo até mesmo as regiões mais “internas” do país. As bandeiras eram expedições terrestres, mas que também se baseavam no curso dos rios. Sua função foi principalmente a obtenção de mão de obra para trabalhar com o engenho e a agricultura. Elas tiveram um caráter povoador, porém em relação a região Centro-Oeste, que era um domínio dos espanhóis, teve um caráter despovoador. Através disso os portugueses iam avançando por terras que eram de domínio espanhol, dominando-as. A partir de São Paulo que haveria uma penetração para o interior, já que lá a economia era baseada na agricultura ou mineração. Sertão era a palavra usada para definir aquilo que não estava na costa do Brasil. No deslocamento para lá houve uma grande miscigenação entre os portugueses e indígenas, fazendo com que o idioma não fosse inteiramente o português, atribuindo nomes indígenas a muitas localidades. Aparentemente não possuía ligação com Portugal, porém os bandeirantes portugueses de nascimento exploravam as terras visando os interesses da Coroa. Segundo o