Geografia e literatura - um exercício de reflexão
Resumo A geografia cria muitas possibilidades de leituras do universo vivido sob diferentes vieses, recortes, campos empíricos, metodologias e, entre outros, instrumentos teóricos. Os estudos desenvolvidos no âmbito desta ciência buscam dialogar com diversos campos e inovam suas abordagens ao concretizar essa façanha, produzindo experiências que, entre outros enfoques, celebram as possibilidades de interseção entre ciência e arte. Diante do exposto, este artigo tenta, de alguma forma, iniciar uma discussão teórica acerca da relação entre geografia – especificamente a corrente humanística – e literatura, que permitem desvendar/traduzir as relações do homem com o lugar. Palavras-chave: Geografia Humanística, Literatura, Lugar
Introdução É corrente o anúncio de novos paradigmas de conhecimento e a afirmação de que as bases positivistas que ampararam a ciência moderna lograram uma tradição acadêmica baseada na especialização dos campos de saberes, na fragmentação temática, no reducionismo interpretativo, na função economicista, na externalização e na desvalorização de componentes humanos para se proceder ao conhecimento, como a sensibilidade e a emoção (SANTOS, B. S., 1989).
Decorre dessas críticas a solicitação para que ciência e arte construam meios que potencializem o conhecimento de referências comuns a ambos. Essa possibilidade de inserir, na elaboração do conhecimento científico, um enriquecimento de perspectiva, faz com que vislumbremos até o poético. Neste sentido, os estudos desenvolvidos no âmbito da geografia buscam dialogar com diversos campos e inovam suas abordagens ao concretizar essa façanha, produzindo experiências que, entre outros aspectos, celebram as possibilidades de interseção de ciência e arte. Neste ritmo, a geografia tem descoberto que