genética
1. Introdução
Quando lidamos com microrganismos, em geral não trabalhamos com células isoladas, mas com populações. Ao observarmos as populações microbianas, constatamos a ocorrência de variações, que podem ser de dois tipos: fenotípicas ou genotípicas.
2. Variações fenotípicas
Como sabemos, fenótipo é um termo que designa uma propriedade exteriorizada por um organismo, seja esta propriedade vista diretamente ou não. Por exemplo, podemos ver que um indivíduo é albino, mas não podemos ver que seu grupo sanguíneo é A positivo. As variações fenotípicas resultam de alterações ambientais, ou seja, são impostas por um meio ambiente que se modifica. Tradicionalmente, as variações fenotípicas bacterianas têm sido classificadas em morfológicas, culturais e bioquímicas, mas isto é apenas um artifício didático.
Variação fenotípica morfológica é a que afeta a morfologia celular. Um exemplo é a esporulação de uma cultura de Clostridium tetani: enquanto o meio é adequado para crescimento, as células exibem aspecto bacilar, mas ao término do processo de esporulação apresentam uma extremidade dilatada, na qual localiza-se o endósporo. Neste caso a variação pode ser facilmente percebida, desde que se disponha de um microscópio.
Variação fenotípica cultural designa uma alteração perceptível quando se cultiva o microrganismo num meio artificial. Por exemplo, os Staphylococcus aureus podem formar colônias branco-acinzentadas quando são cultivados em placas de agar-sangue a 37 0C, mas as colônias tornam-se amarelas quando as mesmas placas são cultivadas a mais ou menos 25 0C.
Variação fenotípica bioquímica é a que afeta as macromoléculas de uma célula, sejam elas enzimas ou não. Um exemplo clássico é a ativação do operon Lac de Escherichia coli. Um operon “é uma unidade de expressão e regulação gênica bacteriana, incluindo genes estruturais e elementos de controle no DNA reconhecidos pelos produtos de genes reguladores” (Lewin - Genes