Genética e cancer
1.INTRODUÇÃO
Ao contrário das doenças cromossômicas, monogênicas e multifatoriais, cuja anormalidade genética encontra-se no DNA de todas as células do organismo (inclusive os gametas) e podem ser transmitidas às gerações subsequentes, as doenças genéticas das células somáticas originam-se apenas em células específicas.
O paradigma para esse tipo de doença é o câncer, cuja malignação resulta frequentemente de mutações em genes que controlam a multiplicação celular. Todo câncer humano resulta de mutações no DNA, as quais o tornam a doença genética mais comum.
Neste estudo trataremos do câncer e sua relação com os fatores genéticos. Veremos ainda as funções de genes de supressão tumoral, proto-oncogenes e genes de reparo de DNA, assim como, o desequilíbrio da relação entre divisão celular e apoptose nas células tumorais.
Por fim, veremos os agentes carcinógenos e o processo de oncogênese.
CÂNCER E FATORES GENÉTICOS
O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. A passagem por esse crescimento desregulado chama-se neoplasia e o conjunto de células resultantes, que não segue a taxa normal de divisão celular do tecido originário, nem possui função determinada, é denominada neoplasma ou tumor.
Os tumores malignos mostram crescimento ilimitado e podem se disseminar tanto para os tecidos vizinhos, quanto por metástases, isto é, quando algumas células neoplásicas entram na corrente sanguínea ou linfática e atingem outros órgãos, nos quais podem formar um novo foco tumoral.
Os principais tipos de tumores classificam-se em carcinomas (tecido epitelial), sarcomas (tecido conjuntivo), linfomas (tecido linfático), gliomas (células gliais do sistema nervoso central) e leucemias (órgãos hematopoéticos).
O termo câncer (do latim, câncer = caranguejo), originalmente referia-se aos