Ganho de peso em gestantes
A obesidade é considerada um problema emergente de saúde pública em diversos grupos etários e regiões do Brasil, sendo particularmente prevalente em mulheres. Considerando-se a prevalência de sobrepeso e obesidade entre mulheres adultas, constata-se que as duas condições evoluíram de 22,2% (1974/75) para 39,1% (1989), e finalmente para 47,0% (1995/1996), correspondendo a um aumento de 112%¹. Estima-se que os custos anuais decorrentes da obesidade no Brasil sejam de um bilhão e 500 milhões de reais, devido aos gastos com internações hospitalares, consultas médicas, medicamentos e gastos indiretos como faltas ao trabalho, licenças médicas e morte precoce². A gestação e o período pós-parto constituem dois momentos críticos na vida da mulher, quando aumenta a exposição a fatores que podem levar à obesidade³. Dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (1996) mostram que, após a primeira gestação, a prevalência de obesidade aumentou de 1,7% para 9,3%5. A retenção do peso ganho durante a gestação pode representar um fator determinante da obesidade em mulheres e seu desenvolvimento é determinado por uma complexa rede de inter-relações. Um estudo realizado no município do Rio de Janeiro (Brasil) mostrou que a retenção média de peso nove meses após o parto foi de 3,1 kg, sendo observadas maiores retenções em mulheres com mais de 30 anos e com 30% ou mais de gordura corporal pré-gestacional. Estudos prévios demonstraram que a retenção de peso pós-parto estava associada com ganho de peso gestacional, paridade, idade, situação marital e raça14. Outros fatores relacionados com o estilo de vida, incluindo consumo energético e atividade física, também têm sido associados à retenção de peso pós-parto. Ensaios clínicos randomizados mostraram que a redução do consumo energético e a realização de atividade física após o parto reduzem a retenção de peso sem interferência no processo de lactação e crescimento da criança. A utilização do tecido adiposo armazenado no