G2 ECONOMIA
Para o historiador Hobsbawm, o impacto da depressão teria sido a grande força renovadora das ideias econômicas da época, porque a depressão teria desacreditado o pensamento econômico clássico, abrindo espaço para as políticas de regulação do capitalismo posteriores. Especialmente em razão desse descrédito da ortodoxia econômica, no segundo pós-guerra, os "formuladores de decisões", como diz Hobsbawm, passaram a ter preocupações centrais: obter uma distribuição de renda mais igualitária do que a normalmente ensejada pelo capitalismo ‘puro’ e evitar grandes níveis de desemprego.
Há sempre muitas formas de analisar qualquer problema. No entanto, parece que normalmente se consideram duas formas diferentes de entender esta crise, assumindo causas diversas e caminhos mais ou menos opostos para a sua resolução. Uma delas, mais próxima do main stream do econômico, é tributária dos trabalhos e das teorias de Keynes e, como tal, pode designar-se de “keynesiana”. Outra, com origem fundamental nas teorias do ciclo de negócios dos economistas austríacos, pode ser chamada de “hayekiana”, pois foi desenvolvida de forma extensiva por Hayek. Estas visões, trazem para os tempos de hoje a célebre discussão entre aqueles dois economistas, na primeira metade do século passado.
Em termos muito resumidos, poderemos dizer que enquanto na perspectiva keynesiana as crises têm origem numa quebra da procura, na perspetiva hayekiana, ao contrário, as crises resultam de um desajustamento da oferta face às condições reais dos mercados.
Em síntese, na perspectiva keynesiana, existem situações em que determinados sinais econômicos menos positivos criam nos agentes privados receios sobre o futuro da economia. Deste modo, as famílias e nas empresas reduzem os seus níveis de consumo e reforçam os sues níveis de poupança, como forma de reserva e de prudência face ao futuro (o paradoxo da poupança, como Keynes lhe chamou). Nestas circunstâncias, com uma redução