Estruturas
4.1. Interação de Paredes
Numa parede de alvenaria, quando se coloca um carregamento localizado sobre apenas uma parte de seu comprimento, tende a haver um espalhamento dessa carga ao longo de sua altura. A própria NB 1228, Cálculo de Estruturas de Alvenaria de Blocos Vazados de Concreto prescreve que esse espalhamento deve-se dar segundo um ângulo de 45. Se esse espalhamento pode ser observado em paredes planas, é de se supor que também possa ocorrer em canto e bordas, especialmente quando a amarração é realizada intercalando-se blocos numa e noutra direção, ou seja, sem a existência de juntas à prumo. Isso se dá porque um canto assim executado guarda muita semelhança com a própria parede plana, devendo ser, portanto, o seu comportamento também semelhante.
Fig 4.1 - Espalhamento do carregamento em paredes planas e em “L”
É claro que somente haverá espalhamento da carga através de um canto se nesse ponto puderem se desenvolver forças de interação. Se essas forças não estiverem presentes por um motivo qualquer, como a existência de uma junta a prumo no local, evidentemente o espalhamento também não se verificará. E não ocorrendo o espalhamento não ocorrerá a uniformização das cargas que atuam sobre essas paredes
Fig 4.2 - Interação entre paredes em um canto
Outro ponto onde pode-se discutir a existência ou não de forças de interação são as aberturas. Usualmente, considera-se que a existência de uma abertura também represente um limite entre paredes, ou seja, a abertura caracteriza a interrupção do elemento. Assim sendo uma parede com aberturas normalmente é considerada como uma seqüência de paredes diferentes. Entretanto, também nesse caso, costuma haver forças de interação entre esses diferentes elementos, e portanto haverá espalhamento e uniformização de cargas. Não se pode esquecer que em casos usuais de janelas ainda se tem aproximadamente 2/3 do pé-direito preenchido com material, sendo que essa