Funções executivas
De acordo com Diamond (2013), as funções executivas compreendem diversos processos independentes que interagem entre si em uma estrutura hierárquica ou paralela. Estão agrupadas em três conjuntos principais, Autocontrole, Memoria do trabalho e flexibilidade cognitiva.
O autocontrole envolve a capacidade de se conter, se concentrar e se disciplinar. Essas funções teriam maior influência nos resultados escolares do que o próprio quociente de inteligência (QI). Sob esse ponto de vista, maus resultados no desempenho escolar deixam de ser interpretados simplesmente como incapacidade genética.
A memória do trabalho é a capacidade de reter informações enquanto a mente as estiver trabalhando. Durante um discurso, por exemplo, ter a exata noção do que se quer passar sem perder o fio da meada e mantendo a fala coesa.
A flexibilidade cognitiva, como mudar com facilidade e rapidez a perspectiva e o foco do pensamento de acordo com demandas e prioridades externas, bem como ser capaz de pensar além do sentido imediato. Adele Diamond ressalta que a cognição flexível vai além da simples crítica e busca de soluções para os problemas cotidianos: é importante para a resolução criativa de problemas e para a própria consciência social da criança.
Para Diamond (2013) o desenvolvimento dessas funções inicia-se no primeiro ano de vida tendo sua maturação mais tardiamente. Isto porque o córtex pré-frontal é uma região do cérebro que só atinge a maturidade depois da adolescência. Contudo ao final da adolescênncia as funções executivas alcança seu desenvolvimento, por isso a relevância do treino dessas funções desde cedo. Após sua maturação, as funções executivas passam por um período de relativa estabilidade (vida adulta) tendendo a diminuir sua eficácia (de forma natural) ao longo do processo de envelhecimento.
A autora compara o cérebro às pernas, que embora também só atinjam seu tamanho definitivo por volta dos 15 anos