FUNÇÃO SOCIAL NO NOVO MILENIO
DA EDUCAÇÃO NO NOVO MILÊNIO
Vânia Cardoso da Motta*
Resumo
Traçando uma breve trajetória histórica da função educativa na sociedade capitalista, este artigo procura buscar elementos, a partir da concepção de trabalho como princípio educativo, para estimular uma reflexão sobre a natureza e o papel da educação no atual estágio do capitalismo globalizado e sobre o desafio de provocar mudanças num contexto social em que se realiza e se constrói através da precarização do trabalho (do desemprego, do aumento da pobreza, da perda dos direitos conquistados) e da degradação do meio ambiente.
Palavras-chave: Educação; Pobreza; Trabalho; Capital; Meio Ambiente.
1 INTRODUÇÃO
Existe uma tendência que reforça e dissemina a idéia de que a educação é um motor de desenvolvimento e de distribuição de renda, é um fator determinante de crescimento econômico, de aumento da produtividade e, mais enfaticamente, de redução das desigualdades sociais e da pobreza. Há décadas deposita-se na educação toda a esperança de um dia melhor, no entanto, não só se verifica que esse dia não chega, como se constata que a condição de vida da maioria dos seres humanos fica pior com o passar do tempo.
No contexto da mundialização do capital, o que se constata é que o aumento da escolarização da população mundial se dá concomitantemente ao aumento da miséria, da pobreza e do desemprego. Mais que a contradição da capacidade de produzir riquezas com os avanços tecnológicos e a precarização do mundo do trabalho, a lógica do capital tem colocado em risco a própria existência da humanidade, uma vez que sua crescente capacidade produtiva se faz com a depredação do meio ambiente.
A compreensão de educação como um mecanismo fundamental de modernização, desenvolvimento, progresso e de superação da pobreza perpassa toda a história do processo de formação da sociedade capitalista, o que indica que se trata de um tipo de relação, entre educação e economia