função metalinguistica
Todo texto apresenta várias possibilidades de leitura, as funções tem como objetivo levar o leitor a compreender determinado efeito, para determinado objetivo. Daí o fato de enfatizar algum recurso fica a cargo da capacidade criativa do autor ou emissor da mensagem.
Mesmo no dia-a-dia, fazemos uso constante da função metalinguística sem, muitas vezes, nos darmos conta disso. Ao interromper um falante para perguntar o significado de uma palavra, estamos também nos utilizando desta função.
Mas há um conceito de metalinguagem mais específico e complexo porque envolve um trabalho mais elaborado do código sobre o código. Quando um escritor escreve um poema e discute o seu próprio fazer poético, explicitando procedimentos utilizados em sua construção, ele está usando a metalinguagem.
O poeta, no ato mesmo de fazer o poema, expõe seu conceito de poesia, explicitando sua função catártica, ou seja, aquela de meio de vazão dos sentimentos, de alívio mesmo de sofrimentos.
Exemplos nos Poemas e Frases:
POESIA
(Fraulein Dias)
Poesia é espírito,
Inerte e sempre passageiro,
Poesia é sem nome,
Passa devagar no ligeiro.
Tem ondas em linha,
É o sólido do líquido,
Cabe no incabível
O podre do lícito.
Poesia é a morte da vida,
É viver a morte
Um fogo de azar,
Sem Deus – sorte.
Poesia está no solo,
Nas árvores e no ar.
Está dentro da gente
E por baixo do mar.
Poesia só tem explicação
Se procurar com ardor
Uma palavra que combine.
Só pode ser como o amor.
MEU SONETO
Renan Apolônio
O Soneto, pra mim é arte nobre
Que, pequeno, exige mui cuidado
Pra que no poema imaginado
Não fique a falha da ideia pobre.
Um sentimento novo se descobre
Ao escrever um soneto amado;
Isso faz que o poeta, entusiasmado,
De joelhos ao poema se dobre.
E