Literatura
O Simbolismo - que também foi chamado de Decadentismo, Impressionismo, Nefelibatismo - surgiu na França, por volta de 1880, e de lá difundiu-se internacionalmente, abrangendo vários ramos artísticos, principalmente a poesia. O período era de profundas modificações sociais e políticas, provocadas fundamentalmente pela expansão do capitalismo, na esteira da industrialização crescente, e que convergiram para, dentre outras conseqüências, a I Guerra Mundial. Na Europa haviam germinado idéias científico-filosóficas e materialistas que procuravam analisar racionalmente a realidade e assim apreender as novas transformações; essas idéias, principalmente as do positivismo, influenciaram movimentos literários como o Realismo e o Naturalismo, na prosa, e o Parnasianismo, na poesia.
No entanto, os triunfos materialistas e científicos não eram compartilhados ou aceitos por muitos estratos sociais, que haviam ficado ao largo da prosperidade burguesa característica da chamada "belle époque"; pelo contrário, esses grupos alertavam para o mal-estar espiritual trazido pelo capitalismo. Assim, como afirmou Alfredo Bosi (1936), "do âmago da inteligência européia surge uma oposição vigorosa ao triunfo da coisa e do fato sobre o sujeito - aquele a quem o otimismo do século prometera o paraíso mas não dera senão um purgatório de contrastes e frustrações". A partir dessa oposição, no campo da poesia, formou-se o Simbolismo.
O movimento simbolista tomou corpo no Brasil na década de 1890, quando o país passava também por intensas e radicais transformações, ainda que diversas daquelas vivenciadas na Europa. O advento da República e a abolição da escravatura modificaram as estruturas políticas e econômicas que haviam sustentado a agrária e aristocrática sociedade brasileira do Império. Os primeiros anos do regime republicano, de grande instabilidade política, foram marcados pela entrada em massa de imigrantes no país, pela urbanização dos grandes centros -