Fundo monetário internacional em portugal
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL EM PORTUGAL
No inicio do ano, ninguém conseguia ter e certeza se o FMI iria ou não entrar em Portugal:
Desenhavam-se três tipos de resposta possíveis: a fatalista, "sim, é inevitável"; a sarcástica, "o FMI já cá está"; e a politicamente correcta, "Portugal não precisa de ajuda".
A primeira era a mais consensual. Portugal ia ter de pedir muito dinheiro emprestado aos investidores internacionais – 20 mil milhões ao longo do ano – sendo de prever uma grande pressão no primeiro semestre, e a maioria dos analistas duvidava que o conseguíssemos fazer a preços aceitáveis. Por outro lado, a pressão dos restantes Estados-membros para que Portugal avançasse com um pedido de ajuda, deveria voltar em força, acabando por deixar José Sócrates sem alternativa, tal como sucedeu com o seu homólogo irlandês.
Os que davam a segunda resposta procuravam sobretudo sublinhar que as medidas aprovadas nos últimos meses pelo Governo iam todas ao encontro das propostas do FMI e da Comissão Europeia. No fundo, afirmavam, que o Governo estava a adiantar trabalho, antecipando um conjunto de medidas que uma possível intervenção externa implicaria.
Finalmente, havia os que diziam que a intervenção externa não era necessária "se fizermos o trabalho de casa", reafirmando a capacidade do Estado em respeitar os seus compromissos. Era esta a resposta do Governo e da Presidência da República.
A 23 de Março, José Sócrates demite-se. «A oposição retirou todas as condições ao governo para governar. Por isso apresentei a minha demissão ao Presidente da República». Foi com esta declaração que Sócrates anunciou a sua demissão ao país, depois de a ter pedido a Cavaco Silva em Belém.
Sócrates diz que tentou «proteger o país» para evitar «ajuda externa para que Portugal não ficasse na situação da Grécia e da Irlanda».
«Um programa de ajuda externa tem consequências profundamente negativas para as famílias», defendeu o primeiro-ministro