Fundamentos e metodos da lingua portuguesa
A língua escrita não é mera transcrição ou reprodução da fala, desse modo não escrevemos exatamente como falamos e vice-versa. A escrita é uma representação da fala, que possui regras próprias de realização, que interage com a fala e completa-se.
Num processo histórico, a fala antecede à escrita, estando assim, aquele mais presente e dinamizada em nossas vidas.
Para a criança que inicia seu processo de estudos, se depara com um abismo que separa a oralidade da escrita. Assim, deixar claro para ela quais são essas diferenças, torna-se imprescindível.
A linguagem falada apresenta grande variedade de realizações de um mesmo vocábulo, algumas mais próximas do padrão, e outras, menos prestigiadas, socialmente estigmatizadas. Na escrita, geralmente é usada a língua padrão, por ser valorizada socialmente, pois se assim não fosse, teríamos circulando inúmeras variações da língua escrita, o que poderia causar grande confusão.
Na fala temos o interlocutor presente, permitindo a utilização de recursos não verbais (para linguísticos), como a linguagem corporal, facial, entonações diferenciadas e a prosódia. Por outro lado, na escrita, o interlocutor (que não está presente) é levado a usar outros recursos como a pontuação e acentuação gráfica, além de outros recursos gráficos e linguísticos. Tais recursos são tentativas de reproduzir e representar artificialmente, o que é possível ser feito naturalmente na linguagem falada.
Além disso, na língua falada utilizamos frases mais curtas, por questão de limitação humana de memorização, enquanto que, na escrita essas frases podem ser mais longas e elaboradas, a fim de que não se corra o risco do texto ficar fragmentado, com frases soltas, prejudicando o entendimento do todo.
Por último, a oralidade também nos permite tratar de vários temas ao mesmo tempo sem sermos redundantes, pois os artifícios usados na fala nos permite compreender a fala do outro, sem que haja comprometimento do