Trabalho sobre a nova ortografia
Objeto de polêmica, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa está em vias de entrar em vigor. Alguns considerá-lo um passo em frente no projeto de unificação ortográfica da Língua Portuguesa como fundamento da unidade da lusofonia; outros, pelo contrário, aonde considerá-lo como uma credencia da potência colonizadora aos países colonizados, sobretudo ao Brasil, uma vez que os restantes países lusófonos utilizam a grafia portuguesa. Para além da polêmica, o acordo ortográfico entrou em vigor no Brasil no início de 2009 e pensa-se que o mesmo acontecerá em Portugal ao longo de 2009. Não é objetivo de esta nota discutir a polêmica nem contra-argumentar a favor ou contra qualquer uma das posições. A Revista Lusófona de Educação, como publicação científica da lusofonia e para a lusofonia, adaptará, a partir do nº 14 (Dezembro de 2009) as normas do novo acordo ortográfico e, neste sentido, sugere a todos os autores que, ao submeterem os seus artigos para publicação, tenham em conta essas normas. O documento que se apresenta tem, pois, por finalidade, enquadrar, do ponto de vista histórico, as inovações que agora surgem na nova grafia e, por outro lado, esclarecer algumas dúvidas na ausência de um VOLP PE (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa do Português Europeu), o que não acontece com o Brasil que possui, desde Março, um VOLP PB, da responsabilidade da Academia Brasileira de Letras. Para que possamos entender o presente é necessário olhar para o passado. Os acordos e desacordos do Acordo Ortográfico entre, primeiro, Portugal e o Brasil, e, posteriormente, entre estes e os outros países de expressão portuguesa que emergiram depois do dia 25 de Abril de 1974, como nações independentes, provocou revezes e atrasos na aprovação do diploma, motivados, quase todos, por pressões feitas sobre os diferentes governos. Estas pressões ainda hoje se fazem sentir e têm expressão tanto em artigos dos jornais