Fundamentos em Psicologia Social
INVISIBILIDADE SOCIAL E TRABALHO
SÃO PAULO 2014 INTRODUÇÃO
Para Marx, em “O capital”, a sociedade capitalista é uma sociedade produtora de mercadorias, na qual os principais meios de produção estão nas mãos de uma classe dominante, a burguesia. O sucesso do capitalismo mostra o lado mais sombrio da injustiça social, com a exploração da classe que não detém desses meios de produção.
A mercadoria passa a ditar nossas necessidades subvertendo assim a ordem natural do controle dos homens sobre os objetos. Cria-se o fetichismo da mercadoria, em que esta ganha vida própria, uma reificação, ou seja, uma coisificação das relações sociais, a mercadoria ganha vida própria e as pessoas agem como coisas e as coisas como pessoas. Um objeto será muito mais que apenas um produto. Será um norteador de identidade, do self, um ícone, aquilo que representa quem você é, ou quer ser, para os seus pares.
Herbert Marcuse, outro pensador que destrinchou a ideologia do sistema capitalista, elabora na parte introdutória de “A Ideologia da Sociedade Industrial” o conceito de que o avanço da tecnologia permite que os detentores desta permaneçam em uma situação de poder, tanto econômico quanto político, e que àqueles que não possuem não se opõe, e sim, buscam a inserção nessa outra categoria. Não há mais oposição: “As necessidades políticas da sociedade se tornam necessidades e aspirações individuais”.
Com a ausência de oposição também não haveria conflito, e sendo assim, transformação social. A dialética entre tese e antítese não poderia ser mais aplicada pra criação de uma nova síntese, ou novos “processos produtivos, novas formas de existência humana”. Não há mais oposição entre burguesia e proletariado.
Marcuse questiona a irracionalidade dessa evolução tecnológica que mesmo ao criar soluções para determinados problemas acaba por criar posteriormente, problemas