Fundamentos do psicodiagnostico
O psicodiagnóstico derivou da psicologia clínica, introduzida por Lighter witmer, em 1896, e criada sob a tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica. Essa tradição médica, associada à psicologia clinica, teria efeitos marcantes na formação da identidade profissional do psicólogo clínico, oferecendo-lhe, por um lado, modelos de identificação e, por outro, acentuando as suas dificuldades nas relações interpessoais. A Cattell, Galton e Binet foi atribuída a paternidade do psicodiagnóstico devido a seus trabalhos na área, mas a tradição psicrométrica ficou melhor sedimentada pela difusão das escalas Binet, seguida pela criação dos testes do exército americano, Alfa e Beta.
Não se pode esquecer que há diferença entre o psicometrista e o psicólogo clínico. O primeiro tende a valorizar os aspectos técnicos da testagem, enquanto, no psicodiagnóstico, há a utilização de testes e de outras estratégias, para avaliar um sujeito de forma sistemática, científica orientada para a resolução de problemas.
No século passado ocorreram várias descobertas no campo da biologia, fornecendo base científica para a medicina, o que deu ênfase as classificações nosológicas e ao diagnóstico diferencial, neste cenário, Freud, neurofisiologista, representou o elo de uma corrente de conteúdo dinâmico, depois veio Jung, fornecendo lastro para o lançamento das técnicas projetivas.
O psicodiagnóstico surgiu como consequência do advento da psicanálise, que ofereceu novo enfoque para o entendimento e a classificação dos transtornos mentais. Anteriormente, o modelo para o estudo das doenças mentais remontava ao trabalho de Kraepelin e outros e às suas tentativas para estabelecer critérios de diagnóstico diferencial para esquizofrenia.
No período anterior a Freud, o enfoque do transtorno mental era nitidamente médico. Os pacientes de interesse para a ciência médica apresentavam quadros graves, estavam hospitalizados, e eram identificados