Fundamentação teórica
Reconhece ainda o referido manual que o trabalho deve estar em conformidade com as características de uma pesquisa científica. Severino (2002, p. 149) diz que este tipo de pesquisa “deve superar necessariamente o simples levantamento de fatos e coleção de dados, buscando articulá-los no nível de uma interpretação teórica [grifo nosso]”. Segundo o autor, não se faz ciência sem esforço, perseverança e obstinação e o trabalho deve ser original, no sentido de voltar às origens, o que requer rigor e criatividade, não havendo lugar para espontaneísmo e mediocridade.
Severino (2002, p.143) afirma que o objetivo da pós-graduação é “a pesquisa rigorosa nas várias áreas do saber, desenvolvendo a fundamentação teórica [grifo nosso], a reflexão, o levantamento rigoroso de dados empíricos”. Ainda nesta linha de pensamento Brandão (2002, p.16), quando traz sua visão sobre a qualidade de uma boa pós-graduação afirma: “o principal suporte da PG é uma carga bastante intensa de leitura e discussão sobre as referências básicas da área (o equivalente a paradigmas kuhnianos) e o conhecimento dos seus desdobramentos sobre a produção da área”.
Flick (2009, p. 61), quando traz à tona a questão da utilização da literatura na pesquisa qualitativa, critica que em muitos livros acadêmicos “algumas vezes encontra-se a ideia de que a pesquisa qualitativa não precisa partir de uma revisão da literatura ou que deva até mesmo evitar essa etapa no início”. Entretanto, o autor afirma que é importante não apenas fazer uma boa revisão de literatura, como sugere diversos tipos de literatura que devem abranger: a leitura teórica sobre o tema, uma leitura empírica de pesquisas já realizadas, uma leitura metodológica e também uma leitura teórica e empírica que servirá para contextualizar, comparar ou mesmo generalizar descobertas. Para Moreira e Caleffe (2008, p.27) “uma boa revisão de literatura ajuda o professor/pesquisador a contextualizar seu